Pesquisar este blog

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011



Na última semana, numa dessas manhãs, enquanto estava no ônibus da empresa, dirigindo-me ao trabalho, aconteceu uma tragédia.

Quando o motorista parou o meio de transporte, recolheu um profissional que trouxe consigo, agarrado às suas costas, uma “lagarta”, aquelas verdes e gordinhas, de árvore. Ela estava afixada na camisa do homem, e foi avistada por uma estagiária que estava atenta aos movimentos das pessoas.

- Moço, Moço! Tem um bicho em você!
- Tira, tira, por favor!!
- Não moço, acho que ele morde.

Abre boxe, preciso comentar: eu ri, internamente, juro que eu ri. Morde?

Então, um outro homem, sentando numa poltrona da coluna oposta a fileira de bancos em que estava a estagiária, bateu nas costas do homem e derrubou a bichinha – Bichinha?, que também pode ser um bichinho, no corredor do ônibus.

Caiu próximo ao meu pé. E lá ficou, penso eu que foi o choque, imagina a emoção da lagarta, saltou de uma árvore numa camisa, embarcou num ônibus, foi açoitada por um homem, caiu de uma altura considerável. A largarta se esborrachou no chão, talvez tenha até perdido a consciência. E eu, agora penso que sem coração, logo saquei minha câmera e fiquei filmando a coitada.

De repente, tudo se transformou em escuridão na vida deste pequeno ser, um tênis, com toda frieza, esmagou os sonhos da lagarta. Ela explodiu e virou um líquido verde.
Coitada, quase chorei. Estava íntima da lagarta. Tão íntima que nem pensei em salvá-la naquele momento, era óbvio que aquilo poderia acontecer, mas eu não pensei, queria saber pra onde iria se dirigir, como sairia daquela enrascada.


Mas depois de alguns instantes, analisando o cenário, percebi que a lagarta nada mais era que uma lagarta da geração Y. Ora bolas, ela arriscou sua vida em busca de uma nova oportunidade, estimulada por nossas percepções sobre sua vida, sobre seus ideais.


Analisou o sistema, arriscou-se pulando numa camisa azul, tinha foco, precisava do ônibus e lá se foi nossa amiga aventureira. O problema foi o momento do pouso, ela foi açoitada e perdeu os sentidos. Sem senso de direção, a tragédia aconteceu. Seu objetivo não foi alcançado, mas a vejo como um guerreira, praticamente um revolucionária.


Quantas lagartas já andaram de ônibus na vida?

2 comentários:

  1. Chocante o vídeo!
    Realmente uma revolucionaria, ela queria mostrar a todos que ela também pertencia a esse mundo, mas morreu tragicamente numa tentativa frustrada e possivelmente sem um plano "B", mas ela será lembrada eternamente pelo seu post e seu vídeo. Parabéns!
    Eu já ah vejo como uma, "Che Lagarta", e provavelmente uma de suas frases revolucionarias seria...
    "Tentar e errar, mas não desistir de tentar."
    Jamais!

    Pelo menos ela tentou.

    Beijo

    http://falando-peloscotovelos.blogspot.com/

    ResponderExcluir