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terça-feira, 25 de janeiro de 2011

A vida passa rápido demais. O negócio é ser feliz, isso sim.


Segunda-feira não é dia de bar, eu sei. Mas, a fim de jogar conversa fora, rir das graças e desgraças do dia-a-dia, lá fomos nós: eu, Lígia, e Zé... Frequentar bar é muito mais que sair pra beber, comemorar ou petiscar, as noites contemplam um contexto boêmio que conquistam as pessoas com barulho de copos se enchendo, música, taças brindando, gargalhadas e, cheiro, cheiro bom de coisa boa, de perfume agradável, de sorrisos bonitos, de meia luz. Enfim, vamos deixar pra lá. (Esse papo fica para outro dia).


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Vim aqui é pra contar da noite de ontem. Mais uma vez, um momento de descoberta.


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De repente, quando vi, ele tinha sentado numa das cadeiras vazias que circundavam nossa mesa e, tranquilamente, tragava um cigarro olhando de “rabo-de-olhos” para nosso lado.
Ele quem?
O seu Sebastião, um velhinho de 83 anos, que vestia uma camisa pólo azul-marinho com listras brancas, e que para aproximar-se de nós, interrompeu nossa conversa com a seguinte pergunta:
- Hei menino, você é mesmo inteligente? Então me responde, o que a árvore maior disse para a menor?
O silêncio pairou na mesa.
Ninguém sabia responder, então ele mesmo prontificou-se a dizer:
- Minha filha cresce que você ainda é muda.


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Ninguém disse nada, as gargalhadas escaparam.
Mas sei que não eram gargalhadas verdadeiras, era sarcasmo puro.


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Ao ignorarmos este ato e, ao transparecermos acolhida perguntando-lhe o nome, ele rapidamente sentou-se mais perto de nós, começamos a conversar e descobrimos o quanto um bom papo com pessoas da terceira idade tem para nos acrescentar em termos de experiência de vida. Eles são sábios. Inteligentes e espertos. Até demais.


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A conversa chegou ao ponto de competirmos tabulada na mesa, e o seu Sebastião errou o resultado apenas uma vez. Em compensação, nós, que nascemos na era da calculadora, tomamos uma lavada.

Fora isso, ele nos contou sobre seus 51 anos de casamento, sobre o único emprego que teve na vida, onde de peão, tornou-se chefe, sobre seu hobby: ler cartas de tarô, sobre sua “pitica” por médicos, exames e afins, sua falta de doença por anos, sua disposição para caminhar, andar de bicicleta, dirigir moto e carro, e sua felicidade em estar vivo e saudável, pelo menos aparentemente. O que ele tem no sangue, no pulmão, ou qualquer outro órgão, isso não é necessário saber, pelo menos em sua opinião.


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Quando perguntei se ele faz alguma dieta especial, ele me disse que não janta. Ele come é lanche de hamburguer todos os dias, e que para não nos arrependermos no futuro, é preciso ouvir o coração durante toda a vida. Essa é a conclusão de alguém que viveu mais de 80 anos. Seguir ou não o conselho deste senhorzinho gente boa é de sua escolha.


Só sei é que o papo foi bem legal.


Observação: hoje, enquanto voltava pra casa, de longe vi que ele estava no mesmo bar, fumando mais um cigarro e batendo papo com os amigos.


Procuro histórias pra ouvir.

3 comentários:

  1. E seu Sebastião, o conselho dele eu já sigo, tudo bem a razão muitas vezes é melhor de ser escutada, mas nada melhor que deixar o coração falar mais alto...
    Essas são as palavras de um adolescente bobo, que ainda tem muito a aprender com pessoas incríveis como seu Sebastião, tudo bem ele me deixou sem graça ali, e não foi por causa do boné! haha Enfim...
    O velhinho de 83 anos é gente boa, e sabe viver bem melhor que muitos jovens hoje em dia.
    E também sabe nos divertir melhor que muitos humoristas. haha
    Parabéns a ele, e vida longa á seu Sebastião...

    (Lud)Tomaaa jeito seu Sebastião.

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  2. PS:
    By: seu Sebastião
    Qual a diferença entre o poste e a mulher?
    Qual a manga mais ruim de se comer?
    Essas eu acertei! \o/

    Se essa rua, se rua fosse minha...

    ...

    Beijos

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  3. esse velhinho , seu sebastião ludmila e uma lição de vida pra qqr pessoa, sou amigo do zé , ^^ , eu o cocheço a anos e posso te falar q todas as palavras dele foram sinceras.

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